segunda-feira, 3 de setembro de 2007

BEATO ZEFFERINO GIMÉNEZ MALLA


Há dias fui surpreendido pela pergunta do meu amigo Fernando “Cigano”: quem foi e o que fez o Beato Zeferino? Depois de uma longa conversa rematava o Fernando “é preciso dar a conhecer esta figura”. Ora, andando eu a pensar qual o assunto que devia abordar entendi dar cumprimento à “ordem” deste amigo.Zeferino Giménez Malla filho de João Giménez Malla, nasceu em 1861, provavelmente em Benavente de Lérida, no dia 26 de Agosto. Descendente do povo cigano desta localidade, aqui é baptizado e desde criança conhecido por “El Pelé”.A sua família vive na pobreza que se intensifica quando o pai a abandona para ficar com outra mulher. Zeferino não frequenta a escola, pois é preciso ajudar no sustento da família, por isso confecciona e vende cestas de vime. Leva vida nómada durante quarenta anos, após o que se estabelece em Barbasto e aí se casa com Teresa Giménez à maneira dos ciganos. Não teve filhos, mas adopta Pepita, uma sobrinha de Teresa. Em 1912 ele e a sua esposa Teresa casam pela Igreja.Zeferino não tem uma profissão fixa, é habilidoso com cavalos e mulas.

Torna-se um comerciante autónomo depois dum episódio que encanta Barbasto. Um homem tuberculoso sangrando agonizava na berma da estrada. Todos tinham receio em ajudá-lo, pois a lepra é muito contagiosa. Nada intimida Zeferino que ajuda o homem abrigando-o em sua casa e trata da sua doença. Entretanto a família deste homem é das mais poderosas daquele local que gratifica Zeferino pelos seus actos. Com este dinheiro monta um pequeno negócio que rapidamente prospera. Cristão devoto da Virgem Maria e da Eucaristia participa na Santa Missa não só aos Domingos, mas também nos dias de semana, procurando comungar.Reúne rapazes ciganos e não ciganos para lhes ensinar contos da Bíblia, pois não sabia ler, e as principais orações.Promove a paz entre os ciganos resolvendo as questões entre si.Em 1922 tendo enviuvado e casado a sobrinha intensifica a sua vida de oração.No seu trabalho de comerciante de animais, comportou-se com honestidade. Torna-se Terceiro Franciscano e frequenta, a partir de 1931, a adoração nocturna. Quando rebenta a guerra civil é preso por ter defendido um sacerdote que estava a ser levado para a cadeia. Dias depois, um dos anárquicos propôs-lhe a liberdade com a condição de que ele lhe entregasse o seu terço e de não voltar a rezar esta oração em público, como era seu hábito. “El Pelé” agradece mas recusa. Por isso é fuzilado no cemitério. Morre de terço nas mãos gritando: “Viva Cristo Rei”.

É beatificado em 4 de Maio de 1997.Figuras como o Beato Zeferino são para nós um sinal de esperança, neste tempo complexo e confuso que atravessamos.

http://www.terra.es/personal/angerod/ceferino.htm
http://www.franciscanos.org/osservatore/ceferino.html



Pe. Amadeu Ferreira